- Mestre das artes, diga-me como posso observar a arte sem me sentir frustrado?
O mestre lhe perguntou em seguida:
- Homem, qual é o motivo de sua frustração?
E o homem da multidão respondeu:
- Não consigo entendê-la.
O mestre, com sabedoria, explicou:
- Cuidado para não enxergar apenas o óbvio; pois em qualquer lugar tudo aquilo que salta à vista, de imediato, é um perigo.
- Que perigo corro eu, Senhor das artes?
- O irmão já dissera anteriormente: toda vez que ao observar uma obra de arte se sentir frustrado significa que apenas o óbvio foi contemplado. Só sai vitorioso quem possui olhos para ver, ouvidos para escutar e boca para falar.
O mestre lhe contou em seguida uma estória:
- Havia um homem muito rico cuja fortuna lhe dava poder de adquirir muitas obras de arte; e regozijava-se a cada nova aquisição. O que farei se não há lugar para colocar tanta arte? Já sei, refletiu: construirei uma casa ainda maior. Terei agora mais espaço para tantas outras que hei de possuir. E o rico homem vivia frustrado, pois apenas enxergava as obras e somente o silêncio reinava na grande casa repleta delas.
E o mestre finalizou:
- É o que acontece a qualquer um que insiste em permanecer no óbvio das coisas.
3 comentários:
viva a arte.
parabéns pelo seu site.
sucesso!
e pensar que estamos todos anestesiados e cegos... amei seu blog, prossiga!
bisous
Adorei transitar pelas paisagens da sua alma nesse canteiro estéticamente seletivo, párabéns!
Vincent Van Gogh era a própria estrela, que brilha e ilumina os caminhos da poesia que vemos na arte!
abçs
Vera
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